a toca do sr_raposo
quarta-feira, janeiro 18, 2006
  questão (metro #1)
12h e qualquer coisa.
estação da linha vermelha.
entram dois agarrados.
estão os dois completamente mocados.
sentam-se em bancos opostos mas conversam entre eles.
um homem e uma mulher.
parecem ter os seus quarenta mas nunca se sabe.
entre a oferta de um casaco verde e outro vermelho
aparece outro tópico de conversa,
pelo que percebo ele vai fazer uma viagem.
a mãe está a morrer e ele vai matar alguém
se quando lá chegar ela ja estiver morta.
esse alguém deve ter atrasado o processo da partida.
avisa a companheira que não quer que esta o traia enquanto está fora.
prefere morrer esfaqueado, diz.
dá cabo dela se alguma coisa acontecer.

questionei-me e ainda me questiono.

lembro-me de obter a informação (ja nao sei em que fonte)
que os agarrados tinham uma vontade sexual muito reduzida.
eles já estava em fase decadente.

qual era a questão dele?
era complicado que ela o traisse porque estava mesmo
mesmo muito decadente e notava-se que era agarrada (só mesmo um agarrado
iria querer alguma coisa com ela)
e depois mesmo entre eles e se essa fonte estiver certa a coisa já não
devia estar muito activa.

a traição era então para ele uma questão de principio/honra?
uma questão de posse?
ou uma questão de insegurança face à situação desesperada
em que estava (medo de ficar só??)?
ou um grande amor com medo de morrer?

não sei mas é uma dúvida existencial.
 
Comments:
O mais provável é, na sua decadência, o casalinho partilhar agulhas. Vai daí que o medo do agarrado pode ser de apanhar SIDA ou coisa do género...
 
ou ainda mais simples ainda: a droga não lhe apagou o lado machista. pode ser isto, não pode?
 
ok ok.
o joão foi pela coisa da honra e a joana
pela parte prática das doenças (embora pelo que mostravam provavelmente ja as tinham..)
eu estava algo mais na complexidade da personalidade humana e coisas do género.
mas se calhar a coisa é ainda outra qualquer.
de qualquer modo gostei que se pronunciassem. foi mesmo uma coisa que me deixou a pensar.
grazie.
 
eu não percebo este post.
 
dinis, tou contigo
 
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