münchen
Por coincidencias de percurso acompanho os münchen desde o inicio do projecto. Cheguei a ver o primeiro concerto quando ainda eram só quatro e tocaram numa sala de estar do Palmeiras no remoto ano de 1999. Fiquei impressionado desde essa altura.
São diferentes, são frescos, são estimulantes, são melódicos, são experimentais, são antigos, são vanguarda, são tristes, são alegres e principalmente são sem ligar a mais nada. São o que são e porque o querem ser. No meu entender: são música tradicional futurista!
Os münchen são daquelas bandas que me fazem refulgir durante os seus concertos. Ontem isso não aconteceu mas não foi o melhor concerto da banda. Pertencem à classe de uns múm, puget sound, flaming lips, björk, air ou o gajo do andar de baixo em que durante os concertos eu simplesmente saio do passeio e levanto voo-mental para um outro elemento onde os meu cerebro flui sem rumo aparente. No final é a sensação de que algo se passou no meu interior. É música que não é apenas música, tem algo mais dentro que provoca uma espécie de movimento tese-antitese-sintese alla brecht e que obriga o espectador a criar a sua história. A minha história é quase sempre um hibrido de nostalgia infantil com alucinação de futuros e incerteza presente.
O concerto de ontem à noite no anfiteatro ao ar livre da Culturgest serviu apenas para me relembrar o quão bons são.
O som não estava no ponto mas de qualquer modo foi um espectáculo muito bonito. É uma pena que a bor land não tenha querido apostar numa edição própria do album, só lhes ficava bem juntar este disco aos que já pertencem ao catálogo. De qualquer modo a banda arrisca numa edição de autor que com sorte vai vender muito bem, só precisam que lhes prestem atenção.